segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O mal que o "poder" tem feito aos nossos parlamentares.

Prezado Colega de Farda Cabo BM Fernando,
Mais uma vez recorro ao seu Blog para falar com o nosso “Povo Fardado”.
Sempre que tenho a oportunidade, indico seu Blog para todos os nossos Companheiros de Farda como uma fonte de busca de informações “Sem Censura”, e digo-lhes que o    considero como a “Maior Trincheira da Verdade Miliciana”.
Desta vez, envio-lhe cópia da Carta, abaixo, escrita pelo Capitão da Reserva Décio, de Juiz de Fora, e endereçada ao Deputado Sargento Rodrigues, contendo seu desabafo de indignação com o Informativo Político do referido Deputado, denominado “Filhos de Minas”, que traz matéria de destaque intitulada: “O Piso Salarial de R$ 4.000 já é uma realidade”.
Muitos dos seguidores e leitores desse Blog, já sabem que venho escrevendo Artigos, antes e após a nossa Campanha Salarial de 2011, denunciando e alertando que a nossa Família Militar Mineira tem sido usada como massa de manobra, para atender interesses eleitorais daqueles que estão no “Poder”, às nossas custas, e se intitulam defensores da nossa Classe de Militares, sejam eles Políticos ou Representantes de nossas Associações ou Clubes.
Ao ler esta Carta fiquei confortado, pois, até então achava que eu era o único Oficial, que tinha tido a coragem de tornar público a minha indignação com os nossos Políticos Fardados e Líderes Militares, pelo acordo que fizeram com o Governo, ao aceitarem os índices do nosso Reajuste Salarial, parcelado no período de 2011 a 2015, desconsiderando a perda do nosso poder de compra com a inflação nestes 05(cinco) anos e, ainda a tentativa de nos enganar divulgando que teremos aumento acima de 100%, atingindo assim o piso de R$ 4.000.            
Deixei claro, nas vezes que pude escrever em seu Blog, que vejo nestas atitudes de nossas Lideranças, que eles vivem num Estado de Alienação Matemática e de Psicose do Poder. De repente todos mudaram, e de defensores da Classe passaram para defensores do Governo, basta refletir sobre o discurso que cada um deles tem feito nos Quartéis, Associações, Clubes, durante a Assembléia Salarial no COPM e Informativos/Jornais.
Hoje, toma conta de mim um sentimento de carência de Lideres Políticos ou Classistas, na área da Segurança Pública, como tenho visto na Classe da Saúde e Educação, que tem lutado e resistido bravamente a todas tentativas do Governo em dar fim às suas justas reinvidicações salariais.
Dizem que o Poder torna as pessoas estúpidas e muito Poder, as torna estupidíssimas.
Por falar em Poder, quero aproveitar a oportunidade e registrar um pouco da literatura sobre o Poder, senão vejamos:
A Psicanálise observou que a partir do momento em que alguém se vê "Rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao Poder, altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "Governados", os "Comandados", os "Coordenados", enfim, os demais, os abaixo.
Estar no Poder, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "Rei", tudo deverá girar em função do que representa a Realeza. Também os "Comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "Rei do Pedaço". É o que deve esta acontecendo com muitos de nossos Colegas de Farda, que ainda acreditam e defendem esses que se dizem defensores de nossos interesses.  
O que mais chama-nos a atenção é a força que o Poder exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o Poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno. Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no Poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. "Possuído", sim, pois o Poder tem algo de diabólico, que atenta, que corrompe.
“Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. A moldura é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele, enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força pulsional do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc.”
“O Sociólogo M. Tragtenberg, certa vez, observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo "Social", mas estão mesmo preocupados com a sua "razão do poder". Há uma espécie de "gozo louco" pelo poder, que faz subir a cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia.”
“Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder”. São propensos a "vender sua alma ao diabo".
O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, levantou os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com as pessoas que chegam ao poder:
“1- no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marqueteiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.
2- mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.
3- altera o tratamento com o outro, que se torna autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois, mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".
4- mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram chegar ao poder transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.
5- Resistência em fazer autocrítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade". Por falta de referencial e por e xcesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".
O sujeito quando no Poder se protege da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforça a crença de que representa o Bem contra o Mal, recusa escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Entrincheira-se no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".
“Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.”
Finalmente, segue a Carta de nosso amigo e Companheiro de Farda Capitão Décio, mais um ex-Cabo Eleitoral do Deputado Sargento Rodrigues, para que possam ler e refletir sobre o Mal que o Poder Político tem feito a esse nosso único Representante Parlamentar Fardado.
 Um forte e fraternal abraço a toda nossa Família Militar Mineira!
 
Cel Jefferson

Eis a carta do Capitão Décio ao Deputado Sgt Rodrigues

Juiz de Fora, 16 de julho de 2011.
            Sargento Rodrigues, bom dia.

            Recebi seu jornal periódico “FILHOS DE MINAS/junho de 2011”. Confesso que fiquei perplexo diante de sua satisfação em relação à política salarial implantada pelo governo passado, Aécio e pelo governo atual. Mas, o que mais me chama a atenção é a comparação esdrúxula feita por Vossa Senhoria entre o nosso saudoso ex- governador Itamar Franco e os governadores já mencionados, no momento em que Vossa Senhoria afirma que o governador Itamar, considerado por nós funcionários públicos como o melhor governador de nossa história, em seus quatro anos de governo, concedeu-nos apenas 62% de reajust e salarial - penso que com essa afirmação, Vossa Senhoria está querendo afirmar que o governo atual está sendo benevolente/bonzinho, e o que é pior, nos tenta fazer pensar que a política do atual governador é melhor que a do governo Itamar. Prezado amigo, você está querendo subestimar a nossa inteligência???        Cabe ressaltar que antes do governo Itamar, em termos salariais, nós estávamos em situação de penúria, penúria esta, da qual ele, o governador Itamar, nos tirou, no momento em que de uma só vez nos concedeu aquele histórico aumento, ou você já se esqueceu disso??? Sem se falar dos inúmeros companheiros que já se encontravam no “olho da rua”, inclusive você, e foram todos anistiados.
            Caro amigo, como diz o ditado, “depois que a onça está morta muitos querem puxar o rabo”. Será que você esperou o governador Itamar morrer para depois expor o seu discurso? Isso não é ingratidão? Ou você mudou de lado???
            Onde você está querendo chegar? Você não está cuspindo no prato que comeu??? Tenho o seu discurso como uma verdadeira ofensa à memória de um político por quem, nos policiais militares, temos o maior respeito, consideração e gratidão. Infelizmente, não vejo qualquer ideologia/conotação classista em seu discurso, senão, a de angariar a simpatia dos atuais governantes. Você está defendendo o governo em detrimento/prejuízo dos nossos interesses. A final, de que lado você está? Ou você está sucumbindo/se dando por derrotado à atual política go vernamental? Você está nos querendo fazer acreditar que o piso de R$ 4.000,00 já é realidade?Ou você realmente acredita que o valor de R$ 4.000,00 estará valendo os mesmos R$4.000,00 daqui há 4 anos??? Caro amigo, acoooorda!!! O aumento concedido pelo nosso saudoso Itamar, nos foi concedido de uma só vez. O futuro? Esse, à Deus pertence, nós precisamos atender às nossas necessidades é agora/já, concorda??? Aumento parcelado em 4 anos, é pura utopia é sonho é “ouro de tolo”. Será que estaremos vivos até lá para podermos desfrutar, será que a inflação será a mesma???
Seu discurso caminha claramente para a situação de um conforto político e um bem estar pessoal. Entendo que você se aderiu àquele velho ditado “SE NÃO POSSO COM O INIMIGO, ALIO-ME Á ELE”. Estamos de olho em você!!! Alerta: Não subestime a nossa capacidade de pensar e de saber votar e escolher os nossos representantes.
            VOCÊ ACABOU DE PERDER UM CABO ELEITORAL E ESTAREI REPASSANDO ESTA CARTA PARA VÁRIOS COMPANHEIROS PARA FINS DE REFLEXÃO.
            Hoje, graças à boa condição que nos foi concedida pelo ex governador Itamar, nós possuímos uma arma muito forte para lutarmos pelos nossos interesses, ou seja, temos computadores e acesso à INTERNET que nos interliga à uma rede de amigos da segurança pública.
            O SEU DISCURSO É XUCRO E FRACO, TENTE OUTRO, POIS ESSE, VOCÊ NÃO CONSEGUIRÁ NOS ENFIAR DE GOELA ABAIXO!!!
            Ao seu inteiro dispor.
            Cap. Décio/Juiz de Fora.

PEC 300: Quem vai pagar essa conta?‏

   




Recentemente, com a divulgação dos últimos ataques ao piso salarial nacional dos bombeiros e policiais, por parte do governo federal e de alguns governos estaduais, a exemplo dos governadores do PSDB (os deputados do PSDB são a favor da PEC 300), e, especialmente, de alguns membros da base governista do Governo Dilma, verifico que há uma guerra declarada contra o restabelecimento da dignidade dos trabalhadores da segurança pública brasileiros. E isso acontece sem nenhum escrúpulo nem decência. A ética foi para o lixo. Vale a máxima do argumento rasteiro, desprovido de qualquer base fundamentada.

Leio as últimas matérias relacionadas a essas ofensas à PEC 300 e penso que os políticos que assinam essas notas ou dão entrevistas nesse sentido, não devem compreender o sentido da palavra caráter. Aparentemente não possuem essa dádiva celestial comum aos nobres heróis anônimos brasileiros. Agora, vendo a iminência da aprovação em segundo turno da PEC da dignidade, esses algozes de plantão, mercenários da política nacional, apregoam que aprovar a PEC 300 causaria uma insegurança orçamentária nos governos estaduais e no caixa do governo federal.



Até mesmo, em entrevista a um jornal televisivo, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS) foi contundente afirmando da precaução em aprovar o piso, sem citar de onde virão os recurso para a complementação salarial. Age com inconsequência esse parlamentar, principalmente porque em um passado curto, esse mesmo congressista não somente votou pela aprovação da PEC 300 como também, para que fosse alçado à condição de Presidente da Câmara, veio pedir votos aos parlamentares adeptos à causa dos bombeiros e policiais. Agora, inadvertidamente, corre da raia.

Não há necessidade de dizer a origem dos recursos para complementar os salários dos bombeiros e policiais brasileiros. A própria redação final do texto da PEC 300, modificada pelo senhor Cândido Vaccarezza (PT/SP), nos relata que o recurso virá da criação de um fundo nacional que, após estudos seríssimos, complementaria os salários nos estados que realmente comprovassem a sua incapacidade momentânea de prover o piso salarial dos renomados trabalhadores da segurança pública e, apenas por um determinado período. Não seria algo eterno a ser arcado pela União. Mas haveria em todos os estados federativos um único piso salarial nacional.

Deixando de lado o esquecimento proposital por parte desses senhores inescrupulosos, no que se refere a essa questão que eles estão martelando nos canais corporativos de comunicação, posso sugerir, sem necessidade, de onde poderão sair os recursos que faço questão de relatar nas próximas linhas.

- da redução da corrupção no Brasil. A FIESP registra quase 70 bilhões de reais anuais furtados do cofre da viúva para pagar propina aos corruptos que sangram as obras públicas brasileiras. Isso significa cerca de 2,3% do produto interno Bruto (PIB).

- da redução dos juros da dívida pública. Somente nesse primeiro semestre o Brasil pagou R$ 119,47 bilhões, segundo números divulgados na última sexta (29) pelo Banco Central. Para não usar de casuísmo, ao modo desses políticos sem ética, esclareço que esse valor inclui união, estados e municípios. Mas o ralo maior vem da União. dos quase R$ 120 bilhões de despesas com juros de todo o setor público, R$ 100 bilhões referem-se à dívida do governo federal. Dinheiro do contribuinte.

- da paralisação de obras federais superfaturadas. Em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) parou 31 obras federais sob suspeita. Os valores chegavam à vultosa soma de R$ 23 bilhões. Dinheiro do povo. Dinheiro do vendedor de picolé mais próximo da sua casa. Dinheiro seu.

- da irrigação de dinheiro do contribuinte aos cofres privados através do BNDES. Alguns dias atrás esse banco público entrou em ação para cobrir uma megafusão entre a empresa Pão de Açucar e a transnacional Carrefour. Se a operação tivesse sido finalizada, o BNDES enterraria R$ 4,5 bilhões nas mãos dos já trilionários donos dessas empresas. Quantas vezes por ano isso acontece e ninguém faz nada?

Poderia escrever um livro discriminando a fonte para resgatar um pingo de dignidade aos nossos valorosos bombeiros e policiais do Brasil. Mas não é o objetivo desse texto. O que tem que ficar bem claro é que o governo federal através de seus articuladores do mal, pessoas desprovidas de valores matizados nos corações dos brasileiros decentes, vai agir com todo o seu mau-caratismo para descaracterizar essa proposição que dará um mínimo de conforto aos trabalhadores da segurança pública que batalham, dia após dia, pela paz social dos nossos compatriotas.

Bombeiros e policiais, preparem-se. Fomos moldados para a guerra e há uma grande luta pela frente. Dia 9 de agosto o nosso exército dos justos estará a postos em Brasília para cravarmos a nossa espada na Câmara dos Deputados. Sem luta não há vitória. Já estamos escrevendo com sangue as paginas de uma história de correção de injustiças. Queremos a votação em segundo turno da PEC 300 na Câmara. Do outro lado o inimigo: a choldra governamental e o seu exército de sugadores do erário brasileiro.
 
Autor: Capitão Assumção